Sai ti saí





Tento inútil assimilar sentimentos que arrepiam solitários na pele,
todos os instantes passados ou não, compõe-me o presente.

O corpo, sem perguntar, sente e revive o que achou-se superado.
Nunca sabemos quais realmente foram as marcas que fincaram os momentos,
sem ciência de como, ou o que fazemos e deixamos 
irá compor cada célula de quem se é.
Nunca sabemos até onde, sendo conhecido ou não, nos afetará...

Um livro, uma vista, um sopro vindo de não sei onde...
E a angustia latejante de estômagos e pernas
não sabe-se de onde, como, pra onde...

Mas nada disso pode ser escoados em palavras,
Sentimentos não existem em palavras.

Os sábios sabem, e como sabem. Por isso se mantêm calados...

Eu nada sei e anseio,
por isso parece doer,
dói de boca em boca,
de estomago em pêlo,
de mãos desconhecidas a atos perdidos,
estiveram em mim estarão...

Nada posso dizer, deveria me calar
o sábio não ensina, vivência... 




Imagem: André Arment



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