Mais outro
Pode entrar ?
As vezes me incomoda pensar e não dar vazão a estes pensamentos... algumas vezes busco formas criativas pra expressa-los, outras vezes, preciso me comunicar urgente para que eles não fiquem só na minha cabeça me atormentando.
Você entrou na minha vida, tudo bem a porta esta sempre aberta, antes quando eu era diferente de quem sou agora, quer dizer, não sei se mudei tanto assim como gostaria de ter mudado... enfim...
As pessoas quando entravam era por sua conta e risco...Hoje já sinto mais o risco sendo meu...
Tento não me apegar...Meu coração já aprendeu, minha mente faz tempo que entendeu, e meu corpo então...
Carta pra vc
Carta pra você . Cartas perdidas endereçadas a uns a outro e outros... sentimentos que se expandiram ou não, restando as palavras em papéis.
Carta pra você, pra mim, pra alguém, pra quem lê....
Te conto em sua conta
O corpo repressão das pulsões,
em desconforto de tato.
isso já passou também.
do que foi contido.
chances de viver horizontes.
KOAN
Você se sente como uma onda no meio do oceano? Não há o que temer. Não há para onde fugir. Vá fundo! Viva intensamente! Deixe que a vida te leve e faça parte dela. Nadar contra a correnteza é desperdiçar energia. Tentar acelerar a correnteza não irá apressar o resultado das coisas. Por isso, percorra as ondas da vida com tranqüilidade e sabedoria, assim, você se harmonizará com a realidade de todo o mar. Deixe a vida fluir dentro de você. Só assim será capaz de viver em harmonia na maré alta ou baixa. Seja o que for que tem lhe deixado ansioso, lembre-se: isso faz parte de seu aprendizado.
http://istoe.terra.com.br/planetadinamica/site/produtos/koan/index.htm
Entenda
Das vantagens de ser bobo
O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir tocar no mundo.
O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo, estou pensando."
Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a idéia.
O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não vêem. Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os vêem como simples pessoas humanas.
O bobo ganha utilidade e sabedoria para viver. O bobo parece nunca ter tido vez. No entanto, muitas vezes, o bobo é um Dostoievski.
Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer. Resultado: não funciona. Chamado um técnico, a opinião deste era que o aparelho estava tão estragado que o concerto seria caríssimo: mais vale comprar outro. Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar,e portanto estar tranqüilo. Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado.
O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo não percebe que venceu. Aviso: não confundir bobos com burros.
Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. É uma das tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a célebre frase: "Até tu, Brutus?"
Bobo não reclama. Em compensação, como exclama!
Os bobos, com todas as suas palhaçadas, devem estar todos no céu. Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz.
O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos. Os espertos ganham dos outros. Em compensação, os bobos ganham a vida.
Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás não se importam que saibam que eles sabem.
Há lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro, com tolo, com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita ser bobo. Ah, quantos perdem por não nascer em Minas! Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas. É quase impossível evitar excesso de amor que o bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo.
Clarice Lispector
Imagem: Pablo Piacasso - El Bobo
A dor de fora
devendo
estou em divida com este blog.
tenho me perdido na realidade e tbm no virtual do twitter.
Muitos projetos e coisas acontecendo.
tenho procurado um emprego tbm. nem sei onde
quero fazer algo q me permita ter tempo pra escrever..
qd crescer quero ser escritora.
tenho um livro de umas 70 paginas já, preciso dar uma arrumda e terminar ele de uma vez... Diario de uma florista.
mas é isso qd vier venho aqui e ponho.
saudações liricas aos q vêm.
Coração Vagabundo
De poema em poema o vagabundo amoleceu, cedeu, aceitou. E um dia pois se a cantar. Eu vivia isolado no mundo quando era vagabundo sem ter um amor. Hoje em dia eu me regenerei...
Operadora de celular
Ela se assusta com a conversa, que surgiu meio que do nada. Observa: Ele esta afoito, aperta nervosamente uma mão contra a outra, mas tem um olhar profundo e feliz. - Ela engole o suspiro - sabe que finalmente ele proporá o grande passo... Ele continua:
- Mas hoje eu sei, tenho certeza do que eu quero. E acredito que você também quer tanto quanto eu. Porque não da mais pra ficar assim se controlando... Pensando realisticamente, estamos gastando muito dinheiro a toa com isso, precisamos tomar uma atitude.
- Sim, sim, sim.
Os olhos da moça brilham, ela quase que salta da cadeira.
Então ele diz em um to afirmador:
- Então esta bem! Vou trocar minha operadora de celular pela mesma que a sua.
Em tempos modernos, em que as coisas acontecem de pressa de mais, e as pessoas estão cada vez mais imediatistas, querendo respostas para suas questões superficialmente profundas.
Juntam-se e se separam com uma velocidade que não consegue ser computada nem pela física quântica. Sempre se acredita que na próxima esquina tem alguém melhor, mais perfeito...
Mas hoje podemos ter um marco pra quando realmente a coisa ficou séria: A troca de operadora de celular. Cada um tem a sua, é tudo a mesma bosta, mas ninguém nunca quer trocar o seu.
Trocar de operadora de celular pode ser considerado a troca de anel de noivado moderno. È um grande passo, as datas de comemoração deveriam ser marcadas a partir desse momento. A decisão de terem a mesma operadora de celular.
Grande passo!
Ninguém quer sair por ai trocando de operadora assim a torta e a direita, até aquelas pessoas que se apaixonam profundamente uma vez por mês não fazem isso. Elas sempre juram que dessa vez é certo, encontrou o amor da vida, faz tudo para aquela pessoa.
Mas trocar de operadora assim?? Não, não!
Se vcs já tem a mesma operadora sorte e azar, porque não passaram pelo o grande marco no relacionamento que é essa decisão. Passar por essa discussão de quem trocará a operadora é importante também.
Uma ótima oportunidade de avaliar a forma com que se relacionam. As vezes o relacionamento pode até acabar nesse momento.
- Então ta. Você troca!
- Como assim? Tem que ser sempre tudo do seu jeito né? Não agüento mais isso!
A mente de perdeu?
Outro dia embarquei:
Tudo o que eu pensava pra justificar esse estado não tinha sentido. Só o sentido de buscar a dor.
- Porque mesmo que esta assim?
Acossado
Claro que essa deve ser a pior interpretação que este filme já recebeu, mas no momento me toquei profundamente constando desse jeito.
acabei de assistir o Anticristo tbm
Metáforas baratas
Imagem: Sati Kaos
QUALIFICAÇÃO
Faço as malas
ME ASSUMINDO
Resolvi me assumir como autora desse blog .
Por algum motivo, que hoje já não me faz sentido, achei que estaria mais livre nas expressões se me escondesse por traz de algum heterônimo, e até busquei por nos textos as características do nome que escolhi para me representar. Não deu muito certo este teatro.
Hoje me apresento ( tds já sabem no fim) mas sou eu aqui q transbordo essas coisas nesse blog que muito me ajuda a parar de pensar.
As vezes um assunto fica matutando na cabeça batendo batendo, sento aqui escrevo e ufff foi embora.
Agradeço aqueles que acompanham de perto ou de longe.
Namaskar
hoje
Ouvindo no avião
Assim assim
Um fato que parece pronto venho aqui e conto
Foto: D. Xavier
Comer
A ilusão do querer
em marilía poesia
Por aqui muita luz paz e amor!!! Que por ai tbm assim seja!
Sintam;se livres comentem, ajudem a dialogar Drummond!!
O HOMEM, AS VIAGENS
O homem, bicho da Terra tão pequeno
Chateia-se na Terra
Lugar de muita miséria e pouca diversão,
Faz um foguete, uma cápsula, um módulo
Toca para a Lua
Desce cauteloso na Lua
Pisa na Lua
Planta bandeirola na Lua
Experimenta a Lua
Coloniza a Lua
Civiliza a Lua
Humaniza a Lua.
Lua humanizada: tão igual à Terra.
O homem chateia-se na Lua.
Vamos para Marte – ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em Marte
Pisa em Marte
Experimenta
Coloniza
Civiliza
Humaniza Marte com engenho e arte.
Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
Claro – diz o engenho
Sofisticado e dócil.
Vamos a Vênus.
O homem põe o pé em Vênus,
Vê o visto – é isto?
Idem
Idem
Idem.
O homem funde a cuca se não for a Júpiter
Proclamar justiça junto com injustiça
Repetir a fossa
Repetir o inquieto
Repetitório.
Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira Terra-a-terra.
O homem chega ao Sol ou dá uma volta
Só para tever?
Não vê que ele inventa
Roupa insiderável de viver no Sol.
Põe o pé e:
Mas que chato é o Sol, falso touro
Espanhol domado.
Restam outros sistemas fora
Do solar a colonizar.
Ao acabarem todos
Só resta ao homem
(estará equipado?)
a dificílima dangerosíssima viagem
de si a si mesmo:
Pôr o pé no chão
Do seu coração
Experimentar
Colonizar
Civilizar
Humanizar
O homem
Descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
A perene, insuspeitada alegria
De con-viver.
Carlos Drummond de Andrade
*ps, num deu tempo pra foto...sugestão??
Pequenininho de cabelo grandão
Conversas de portão. Ou como comecei (ou não) a compreender a antropologia.
Hoje penso que consigo entender o que quis dizer uma professora quando em uma aula professou uma frase que causou certa indignação entre os alunos. Ela disse algo como, é a antropologia que me permite conversar com o pedreiro, com a empregada...
Entendi que o conversar neste sentido, se estende a um aspecto maior e muito mais intenso do que um comentário sobre o tempo, ou um capitulo da novela. Mas com o sentido antropológico de entendimento do outro, e este “sentido de entendimento” para mim, pressupõe acima de tudo sensibilidade e vontade de olhar as pessoas e suas vidas, de querer olhar sem esta viseira social que encobre e sobrepõem as relações humanas.
Muito mais do que pretender olhar sem julgamentos, e sem a pretensão de tentar compreende-los, mas deixar-se observar e chegar a alguma conclusão que no fim são e somos seres humanos com valores, sentimentos, esperanças, moralidades e realidades.
Esta forma de ver e se ver, é de fato um exercício constante não é simples nem natural, necessita séries de reflexões da vida e seus significados. Que fazem com que você primeiro, aos poucos vai descobrindo ter esta tal viseira a cobrir sua compreensão de vidas, e depois tentar move-la por mais que saiba que tira - lá totalmente ainda é uma tarefa distante. Possível será? Não posso e nem tenho como tentar responder isso a altura de meus 24 anos.
E é nesta reflexão que em mim foi iniciada pela antropologia, ou ao menos, me foi tocada pela forma como está tenta intermediar o relacionamento dos seres, que me deu a oportunidade de nesta vida tão individual e individualizada de prestar a atenção em pessoas além de meus vínculos de interesses.
Como as tantas vezes que, uma mulher, um homem ou uma família vem tocar a campainha de minha casa, me tirar de meu mundo, para me pedir algo, vender algo ou algo assim. Antes do costumeiro não obrigado ou não sinto muito, hoje me vem – mais do que antes - o questionamento e ainda a curiosidade, de quem seria esta pessoa. De onde vem, por quantas casas ela já passou despercebida, quantos nãos ela já recebeu que a fizeram desanimar e desenganar da vida. Ou não. O que a faz ter que tocar companhias desconhecidas e vomitar discursos hoje já decorados, já naturalizados e conformados de uma realidade doída.
E eu com minha vida de estudante sobrevivendo também de uma forma improvisada, mas de uma maneira tão diferente e distante daquela pessoa, tento naqueles minutos de contato entender o que se passa com aquele ser que me aborda, e saber o que eu como outro ser posso fazer naquele instante por ela.
Nesta disposição, me vem toda uma realidade que tento estudar e discutir em meia dúzia de palavras e em alguns segundos de olhar acabo conhecendo:
Uma família que chegou do Paraná só com a roupa do corpo, homem, mulher e 4 crianças, que na verdade tinham saído do nordeste tentando a vida onde lhe coubessem e agora estavam em Marilia a minha porta pedindo qualquer, qualquer coisa para quem não tem nada.
Um tiozinho bêbado e inchado pedindo um pouco de comida pronta por que a família cansou de lhe sustentar.
Crianças que querem somente bolacha e se você dá, elas vêm todo dia pedindo mais.
Uma senhorinha japonesa que vem com seu carrinho vender salsinha, almeirão ou alguma coisa que colheu de sua própria horta que cuida com bastante zelo.
Uma mulher doida que pede um sabonete, um dinheiro e se você lhe da um pouco mais de atenção, ela logo se desinibe e lhe pede uma dose de qualquer coisa.
Um senhor que vende pão e gosta de ficar horas falando como seus clientes adoram o pão que sua mulher faz.
Entre tantas outras pessoas e histórias...
E eu que com minha verba tento administrar contas, aluguel, comida, xerox e cerveja, e com minha dispensa de macarrão, café e batata, tento reparar de uma maneira ínfima e impotente um pouco da desigualdade que tanto estudo e questiono.
Observo-os então ir a porta do vizinho com suas historias pesando lhes o ombro.
Não tenho como não me perguntar:
E aí ?!! por onde a antropologia saí?
(texto antigo, mas q ainda me faz sentido)
Quadro: Andreusa Ricci ( minha avó)